ESG: 5 visões diferentes sobre a sustentabilidade

Confira neste artigo

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) realizou um estudo revelador sobre a importância da sustentabilidade e do ESG no mercado financeiro.

Este estudo esclareceu o grau de maturidade e entendimento das instituições financeiras sobre as práticas ESG.

A pesquisa ANBIMA evidenciou uma grande diversidade de perspectivas no mercado financeiro quanto ao tema da sustentabilidade.

Como resultado, cinco diferentes perfis de comportamento foram identificados, que variam de instituições financeiras céticas em relação às práticas ESG até aquelas que colocam critérios sustentáveis no coração de seus negócios.

Cinco padrões de comportamento com base no posicionamento e compreensão do tema

A pesquisa realizada pela ANBIMA teve como objetivo entender a relevância do tema da sustentabilidade na visão dos participantes e como essa perspectiva é refletida em suas respectivas instituições.

Este estudo envolveu mais de 900 instituições do mercado financeiro, incluindo gestoras de recursos de terceiros, bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários e outros.

No fim do estudo, cinco padrões de comportamento foram identificados, indicando os possíveis caminhos que o ESG e a sustentabilidade podem tomar para serem implementados de forma mais efetiva no mercado financeiro.

Esses perfis são: Desconfiado, Distante, Iniciado, Emergente e Engajado.

1. Desconfiado (4,2%): Visão da sustentabilidade é apresentado como uma ameaça ou equívoco e surgem dúvidas sobre o tema.

Instituições financeiras que desconfiam das práticas ESG e não consideram o tema como relevante para seus negócios. Em um contexto geral, elas apresentam grandes dificuldades na mensuração e no monitoramento de seus impactos.

Estas instituições têm um olhar cético em relação às práticas ESG e acreditam que elas podem ter um impacto negativo nos resultados financeiros.

Características apontadas pela ANBIMA:

  • Enxergam a sustentabilidade como um entrave para o desenvolvimento do negócio, o que impacta na ação de captar recursos;
  • Quase sempre usam critérios subjetivos para determinar o que é sustentabilidade, por vezes tentando justificar que seus investimentos são ESG, sem se atentar aos conceitos existentes;
  • Os executivos que são porta-vozes desse discurso apresentam desconfiança, não veem valor nos aspectos ESG e, muitas vezes, denotam não ter clareza sobre o assunto;
  • Não se movimentaram para implementar ações concretas em prol da sustentabilidade e não inseriram aspectos sustentáveis nos compromissos e processos da instituição.
2. Distante (35,5%): Relaciona a ideia de sustentabilidade a questões ambientais

A empresa não visualiza o tema como relevante para os negócios. As instituições que se encaixam neste perfil acreditam que a sustentabilidade é importante, mas não a veem como relevante.

Ela é geralmente associada às questões ambientais e pouco relacionada à governança corporativa e social.

Características apontadas pela ANBIMA:

  • Têm uma visão simplificada do tema, percebendo a sustentabilidade como um compromisso exclusivo com o meio ambiente;
  • Ligam a sustentabilidade a questões ambientais. Os gestores concluem que o tema está muito distante dos seus negócios, especialmente quando se trata de um escritório pequeno, que produz pouco lixo, consome poucos recursos e, por isso, não causa impacto relevante, negativo ou positivo sobre o planeta;
  • Mostram um descompasso entre ações e conceituações de sustentabilidade. Têm baixo nível de implantação/disseminação de conceitos sobre sustentabilidade e podem apresentar incoerências nas suas declarações.
3. Iniciado (32,1%): Ideia de sustentabilidade relacionada a questões ambientais, mas com ações concretas

Estas instituições financeiras estão dando os primeiros passos na implementação de práticas ESG, mas ainda não as consideram como centrais para seus negócios. A sustentabilidade é relevante, mas não essencial.

Ela continua sendo associada às questões ambientais, porém este grupo demonstra ter uma percepção mais abrangente do tema e uma preocupação maior com a gestão dos riscos.

Características apontadas pela ANBIMA:

  • Também relacionam sustentabilidade estritamente a questões ambientais, mas têm ações concretas internas, porque enxergam possibilidades de causar transformação dentro do negócio, mesmo que seja pequeno;
  • Estão se estruturando de alguma forma para incluir a sustentabilidade no dia a dia da instituição e dos negócios;
  • Citam como exemplos de ações de impacto o uso de lâmpadas de led no escritório, a instalação de temporizadores nas torneiras, o uso eficiente do ar-condicionado e a prática de coleta seletiva no prédio;
  • Apontam como contribuição importante a recente digitalização dos processos e assinaturas, o que levou à diminuição do uso de recursos relacionados à impressão. São atitudes positivas, mas que não extrapolam o ambiente do escritório nem influem diretamente na atividade principal da companhia.
4. Emergente (21,5%): Ideia de sustentabilidade como compromisso amplo que engloba as áreas ambiental, social e de governança

Para este grupo, a sustentabilidade é um assunto importante e está ligada a diversos aspectos da vida das instituições financeiras.

A gestão democrática, o respeito às leis e o bom relacionamento com as partes interessadas são fundamentais para estas empresas.

Características apontadas pela ANBIMA:

  • Têm um olhar mais amplo sobre a sustentabilidade, abraçando ao menos dois pilares do ESG, ou seja, já percebem a sustentabilidade para além do cuidado com o meio ambiente;
  • Mostraram desenvolvimento maior, com implantação total de um ou mais itens principais, e uma conceituação adequada da questão da sustentabilidade;
  • Têm mais compromisso com questões sociais ou de governança corporativa;
  • Por vezes demonstram estar engajadas com a realização ou o financiamento de projetos de filantropia, principalmente ligados à educação e ao esporte. Em alguns casos, incentivam os funcionários a participar de trabalhos sociais e iniciativas voluntárias;
  • Algumas instituições citam os benefícios concedidos aos colaboradores como parte de um compromisso social;
  • As gestoras de recursos desse grupo, em geral, possuem práticas mais avançadas de análise ESG de investimentos, que englobam os três fatores, e muitas possuem políticas de investimento responsável e de engajamento com as empresas investidas. Também aderem a compromissos voluntários. 
Engajado (6,8%): A sustentabilidade é parte da estratégia da instituição, um compromisso fundamental e também rentável

Este grupo de instituições está alinhado com as práticas ESG e entende a sustentabilidade como um fator de crescimento do negócio.

O tema é discutido nos processos decisórios estratégicos, nas metas da companhia e na definição de produtos.

Características apontadas pela ANBIMA:

  • Mostram total coerência entre conceitos e atitudes sustentáveis para trabalhar com sustentabilidade;
  • Têm totalmente implementadas as principais práticas ESG e se definem com frases como: “Quando se fala em sustentabilidade, todos sempre saem ganhando”;
  • Aspectos ESG permeiam as decisões estratégicas e exigem da liderança critérios transparentes sobre fazendo, que tipo de clientes atende e com quem firma parcerias;
  • Têm entendimento claro de que a sustentabilidade precisa compor a estrutura do negócio em si, e não ser praticada como projetos à parte da estrutura organizacional da instituição, como os filantrópicos;
  • Conseguiram transformar a sustentabilidade em produtos e serviços que honram os compromissos sociais, ambientais e de governança, como linhas de crédito para projetos de energia limpa ou fundos de investimento verde;
  • Tais instituições conseguem ter uma visão que vai além do negócio e entendem a importância global da sustentabilidade;
  • Entre as gestoras, demonstram processos de análise ESG mais maduros e abrangentes. 

O estudo da ANBIMA também destacou que a adoção de práticas ESG nas instituições financeiras vai muito além de uma simples estratégia.

A pesquisa mostrou uma diferença notável entre a atribuição de importância para a sustentabilidade e a adoção real das medidas na prática.

É importante ressaltar que a cibersegurança está se tornando cada vez mais importante no contexto das práticas ESG.

Os riscos cibernéticos têm um impacto significativo nas organizações e investir em cibersegurança está se tornando cada vez mais relevante nas práticas ESG.

ESG vai muito além de uma estratégia para as empresas

O tema sobre sustentabilidade tem crescido nas empresas nos últimos anos, entretanto, a pesquisa mostra haver uma diferença entre a atribuição de importância para sustentabilidade e adoção das ações sustentáveis, na prática.

Muitas das organizações que responderam de forma positiva as perguntas sobre percepção e importância do tema ESG indicaram ainda não terem ações concretas dentro das suas instituições.

De fato, há um movimento crescente entre as empresas para se concentrar em fatores ambientais, sociais e de governança. Esse foco é impulsionado por vários fatores, incluindo a necessidade de lidar com as mudanças climáticas, a crescente desigualdade social e regulamentações governamentais mais rígidas.

Embora algumas empresas tenham demorado a adotar essa mudança, há um argumento convincente de que o ESG é bom para os negócios.

As empresas que se concentram em ESG tendem a ter melhor reputação, o que pode atrair mais clientes e talentos. Eles também tendem a ser mais inovadores e eficientes, pois estão constantemente buscando novas formas de melhorar seu impacto ambiental e social.

Além disso, as empresas com fortes práticas ESG geralmente desfrutam de custos mais baixos, pois são capazes de reduzir o desperdício e gerenciar os riscos de forma mais eficaz.

Em resumo, há muitas boas razões para as empresas se concentrarem em ESG. Aqueles que o fazem provavelmente descobrirão que isso é bom tanto para seus resultados financeiros quanto para o mundo ao seu redor.

CipherTrust: investir em cibersegurança é relevante nas práticas ESG

A cibersegurança está se tornando cada vez mais importante para as empresas, especialmente à medida que o número de ameaças aumenta. 

Os riscos cibernéticos têm um impacto significativo nas organizações, podendo levar à interrupção das operações, roubo de informações confidenciais e até mesmo violação dos regulamentos. 

Por essas razões, investir em cibersegurança está se tornando cada vez mais relevante nas práticas ESG

Além disso, as empresas que investem em cibersegurança tendem a ser mais resilientes e menos propensas a sofrer interrupções nas suas operações. 

 

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